20 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Alecrim aos molhos

Corre um cheiro a alecrim pelo ar. Na zona da Alvega, Galegas, Cerimónia e Escandarão, encontramos estes pequenos arbustos que além de adornar o espaço natural com as suas folhas perfumadas, nos contemplam nesta altura com as suas lindas flores em tom de azul/lilás.
Esta planta pode ter de 50 a 200cm de altura. As suas folhas são finas e esguias, lembrando a caruma, sendo de um lado verdes e do outro de cor cinzenta.
Os benefícios, que esta planta nos dá, são imensos. Lembro que comecei a dar especial importância ,a esta planta, quando estava na faculdade e precisei de um estimulante para a memória. Aconselharam-me tomar chá de alecrim a noite. Pesquisei um pouco mais e descobri que o alecrim é no fundo o ginseng português, uma vez que tem o mesmo efeito, sendo muitíssimo mais económico. 
O Alecrim tem aplicações muito vastas: utiliza-se para as doenças nos rins, pedra na bílis ,vómitos, vertigens e tonturas, indigestões, anemia, reumatismo, diarreia, sistema imunitário, epilepsia, vesícula, cansaço, memória, entre outros. É anti-séptico. Pode utilizar-se em lavagens, para problemas de pele (juntamente com outras plantas) e usa-se também como tónico capilar e, junto com a salva, para combater a caspa; Tal como o ginseng, é estimulante, favorece a actividade mental (memória), ritmo cardíaco, para problemas de hipotensão (pressão arterial baixa) mas também utiliza-se para os nervos, stress e ansiedade. Nos melhores tratamentos para os nervos e stress utilizam-se estimulantes de manhã e calmantes ao fim da tarde. 
Como chá, o alecrim tem um sabor um pouco amargo e é quente, ou seja, tem uma acção fortificante e aquecedora sobre todo o organismo, particularmente o aparelho digestivo, revigorando e aumentando a disposição e a energia, agindo como um anti-depressivo nos casos de esgotamento físico e mental. Combate a diabetes e tem propriedades anti-reumáticas. Alguns dizem que tomado quente acalma a tosse.Também activa as funções do pâncreas e estimula a circulação. 
Externamente, serve para desinfetar feridas e ajudar na cicatrização. 

Para asma: fumo de alecrim ( reduzir a pedaços pequenos as folhas secas. Fazer cigarro e fumar quando ameaçar ataque de asma).  
Para reumatismo, eczemas e contusões: folhas cozidas no vinho usadas externamente.  
Anti-séptico bucal: infusão comum.  
Para sarna: infusão bem forte aplicada externamente.  
Cicatrizante de feridas e tumores: folhas secas reduzidas a pó ou suco.  
Como medicação, só se utilizam folhas de alecrim.  
Galhos floridos secando num vaso na casa estimula a memória. 
Uso caseiro: Insecticida natural, plantado na horta protege as outras plantas.  
Ramos de alecrim frescos, colocados entre as roupas defendem-nas de ataque de traças. 
Desinfectante de alecrim: ferver folhas e pequenos caules de alecrim durante meia hora. 
Quanto menos água mais concentrado será. Espremer e usar para limpar louças e casas de banho. Para desengordurar melhor, misturar um pouco de detergente. Guardar no frigorífico dura uma semana. 
Aromaterapia: o óleo essencial de alecrim é utilizado para dores musculares, reumatismo,artrite. 

O uso popular consagra o alecrim como remédio infalível para curar anemias, assim: 
colher um ramo de alecrim, juntar um copo de água (cerca de 200 ml) e deixar ferver durante 5 a 10 minutos, em lume brando. Deixe repousar durante 10 minutos, coar e beber meia chávena todas as manhãs, em jejum, mantendo no frigorífico. 
Repetir este tratamento 5 vezes (cerca de 1 litro de chá) consegue-se curar qualquer anemia.


Tratamento testado para Tonturas e Sequelas de Derrames
Preparar um chá com:
  • Três cravinhos ou cravos-da-índia, sem cabeça.
  • Uma colher de chá de alecrim
  • Uma colher de chá de erva-doce
Tomar à noite antes de dormir.


O Alecrim pode ainda ser usado como tónico capilar e para a caspa. Para isso, faça um chá bem forte com alecrim e salva e juntar ao champô, na proporção de um quarto de chá para um frasco de champô. Pode também preparar uma tintura de alecrim e juntar 10 ou 15 ml ao champô.
O alecrim parece ter a particularidade de adaptar o nosso sistema imunológico, adequando as respostas às necessidades do organismo, pelo que tem excelentes resultados nas doenças auto-imunes. 
Porém, o chá de alecrim é um gosto desagradável, se for o seu caso e não gostar do sabor, juntar um pouco de erva-doce. O chá com estas duas plantas é óptimo também para combater o mau hálito, no entanto, não é aconselhável a pessoas hipertensas.


Alecrim

13 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Hortelã da Horta

Hoje foi o Magusto no S. Gens, e após uma tarde de inverno a comer castanhas, sabe bem chegar a casa e comer um caldinho com o belo cheiro e sabor a hortelã. 
A hortelã é uma planta aromática originária da Ásia, cultivada por todo mundo. Como tal existem diversas variantes da planta. A que conheço desde pequena tem o aspecto idêntico ao da fotografia. Por vezes confundia a hortelã com a cidreira, mas bastava tocar na planta para o cheiro me dar a certeza de qual das duas plantas estava a agarrar.
De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se a propriedade de mentol, anti-bacteriana, característica desta planta, cujas acção no combate a constipações é possível apenas com o inalar dos vapores obtidos com uma infusão de hortelã. A  hortelã pode ainda aliviar dores musculares, por excesso de exercício físico. É ainda um excelente estimulante, auxiliando na digestão. O chá feito de hortelã é um óptimo calmante, aliviando nervos, vómitos por ansiedade, etc.
Esta planta é ainda belíssima para aromatizar saladas, sejam de legumes, frutas ou mistas, sopas, ervilhas, um chá gelado ou quente.....Com reputação de refrescar o hálito e facilitar a digestão, a hortelã pode considerar-se uma excelente companhia quer de Inverno, quer de Verão. 

hortelã

10 novembro 2011

Magusto - Campo de S. Gens, Pinhel


No próximo Domingo, dia 13 de Novembro, o S. Gens organiza mais um convívio. Desta vez o tema é o magusto, e castanhas assadas não irão faltar. A partir das 16 horas.... já sabem!

06 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Acelgas

Hoje, durante um passeio pedestre, cruzámo-nos com as acelgas. É uma planta muito comum na nossa freguesia, até mesmo concelho, utilizada na gastronomia local, em especial na zona da serra.
Podemos ver pelas imagens que a planta se assemelha quase à forma de uma couve, mas o seu porte é mais pequeno.
Esta planta/hortaliça, cresce espontaneamente por toda a zona mediterrânica, sendo conhecidas inúmeras variedades da acelga. É uma planta herbácea bienal cultivada como anual, com folhas grandes, verde-claras e com nervuras avermelhadas. As hastes (chamadas de almofadas) são de cor branca, amarela ou vermelha, dependendo da variedade.
A acelga é ainda um dos alimentos mais completos para a nutrição humana. Embora a planta esteja disponível ao longo de todo o ano, a sua temporada vai de Junho a Agosto, e é nesta altura que existe em maior abundância e possui os melhores valores nutricionais.
Pode comer-se toda a planta, incluindo folhas e caules, se colhidas quando elas são pequenas (a menos de 20 centímetros), mas se se deixar crescer é melhor descartar o talo pois ele tende a tornar-se amargo. Cozinha-se como o espinafre. As plantas mais jovens podem ser comidas crus em saladas.
É um vegetal muito apreciado, uma vez que fornece vitaminas, fibras, ácido fólico e minerais com alto teor de água (48%). As folhas exteriores, que muitas vezes são as mais verdes, são aqueles que contêm mais vitaminas.
Usam-se como o espinafre em sopas, cruas em saladas ou em pizzas, e o meu prato preferido é a acelga cozinhada como migas. 


Benefícios: 
  • Promove a saúde dos Ossos
  • Fonte de vitamina A
  • Promove a saúde pulmonar
  • Fonte de vitamina C
  • Promove a saúde cardiovascular devido ao Potássio
  • Ferro para a energia
  • Atrasa a perda de função cerebral


Acelga - Zambujal

Acelga - S. Sebastião
pormenor da folha

01 novembro 2011

Dia do Bolinho (Dia de Todos os Santos)


É milenária a origem das comemorações do dia 1 de Novembro, designado pela Igreja Católica como o “Dia de Todos os Santos”.

Ainda hoje em muitas localidades com maior incidência nas aldeias de Portugal, é um hábito do povo, comemorar duma forma curiosa e genuína este dia feriado.

Na tradição popular o Dia de Todos os Santos é conhecido pelo “Dia do Bolinho” ou “Pão de Deus” conforme os usos e costumes de região para região.

Logo pela manhã, as crianças em pequenos grupos com as suas saquinhas de pano, andam de porta em porta por ruas e vielas, repetindo com entusiasmo e alegria o tradicional pregão “ Ó tia! dá bolinho?”. É interessante saber-se que, principalmente nos meios rurais, há pessoas que levam muito a rigor esta tradição e dedicam-se à confecção de bolinhos aos quais adicionam à sua massa, a noz, as passas de uva e o pinhão (frutos secos da época) para que neste dia, possam presentear os seus familiares, amigos e todas as crianças que alegremente vão batendo a todas as portas.

Todavia, o Dia de Todos os Santos, encerra em si um outro significado. Para os católicos no dia 1 de Novembro é hábito a ida ao cemitério e aí depositarem flores nas campas dos seus familiares e amigos, já que no dia 2 de Novembro é o Dia de Finados e desta forma desejam prestar-lhes a sua homenagem com saudade.

Há cerca de dois mil anos na região actual da Irlanda, Reino Unido e França, os celtas comemoravam o ano novo no dia 1 de Novembro.

Estes hábitos têm uma reminiscência que se reporta às origens do Halloween, (véspera do “Dia de Todos os Santos”), uma das festas mais populares da América. Para os celtas era o fim do Verão e o início do Outono, a altura das colheitas, avizinhando-se o Inverno que trazia a escuridão com dias frios e de tempestades e consequentemente muitas mortes. Por esta razão, os sacerdotes Druidas instituíram o dia 31 de Outubro como o “Samhain” ou o “Dia das Almas”, que celebrava a abertura da passagem entre a vida e a morte e onde reinava o espírito duma prática fantasmagórica imbuída pela crença céltica.

A influência do Cristianismo espalhou-se pelas terras celtas e no inicio do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como “Dia de Todos os Santos” e consequentemente a noite de 31 de Outubro passou a ser chamada de “Noite de Todos os Santos” e assim se alterou um panorama que a Igreja Católica considerava de cariz profano.

É neste dia 1 de Novembro que a Igreja Católica celebra e dedica este dia a todos os Santos e Mártires que existiram em todo o Mundo, atribuindo-lhe um cariz simbólico e altamente religioso!