30 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Castanhas e Castanheiro

Continuamos com as àrvores e frutos de Outono.
O frio já chegou e finalmente sente-se o cheiro das lareiras acessas, e em Ourém já se vê a senhora das castanhas assadas que timidamente apregoa: "boas e quentes".
pensa-se que o castanheiro surge na Península Ibérica por mão dos romanos.
O fruto desta árvore, a castanha, acompanha o Homem desde a pré-história, por ser um alimento muito rico, que hoje é substituível pela batata.
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro). Mas, embora seja uma semente como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido (um hidrato de carbono), o que lhe dá outras possibilidades de uso na alimentação. As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte potássio.
As castanhas são comidas assadas ou cozidas com erva-doce. Mas, antes de cozinhadas, deve-se retalhar a casca. Como se pode ver no quadro, têm bastante água e, quando são aquecidas, essa água passa a vapor. A pressão do vapor vai aumentando e "empurrando" a casca e, se esta não tiver levado um golpe, a castanha pode explodir.
A castanha tem ainda aplicações na medicina; as folhas, a casca, as flores e o fruto têm sido utilizados devido às suas propriedades curativas e profiláticas, adstringentes, sedativas, tónicas, vitamínicas, remineralizantes e estomáquicas.
Pelo seu valor nutritivo e energético, era utiliza outrora em vários estados de mal-estar e doença. É também tónica, estimulante cerebral e sexual, anti-anémica (castanha crua), anticéptica e revitalizante. Para afinar as cordas vocais e debelar a faringite e a tosse nada melhor do que gargarejos com infusão de folhas de castanheiro ou de ouriços.
 

Castanheiro do Tio Ramiro em Pinhel

pormenor de folhas e ouriços

ouriço aberto com as castanhas

23 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Medronheiro e medronhos



Estamos na melhor época para preencher o nosso blogue com as frutas de Outono. O ano de 2011 parece ter apanhado gosto pelo Verão e não o queria largar por nada! Mas hoje, creio que temos um verdadeiro dia de Outono e, para contrariar, venho dar um pouco de cor a este herbário com os medronhos.
O medronheiro é um arbusto ou pequena árvore de folha persistente. Esta árvore pode atingir os 8 a 10 m de altura, embora digam que, normalmente, não passa dos 5 metros. O medronheiro possui copa arredondada, dotada de um tronco coberto por uma casca castanha ou vermelha, fissurada que se desprende nas árvores já mais antigas.
As suas folhas são muito parecidas com as do loureiro (um pouco mais arredondadas) e medem entre 4 a 11 cm de comprimento. As folhas apresentam uma cor cinzento - esverdeadas e facilmente se reconhecem por serem tão brilhantes e enceradas. A parte superior da folha é mais escura e a inferior mais pálida.
As flores são brancas com toques cor de rosa, são flores pequenas que surgem no Outono em cachos pendentes de até 20 flores, entre os frutos do ano anterior.
Os frutos  são uma baga  redonda e verrugosa com aproximadamente 3 cm de diâmetro.   Os seus frutos surgem nos raminhos verdes dando cor à árvore, uma vez que nascem amarelos e progressivamente vão  tornando-se vermelhos.
O Medronheiro desenvolve - se nos bosques, no mato e nas regiões rochosas, principalmente em solos ácidos, da Península Ibérica à Turquia.

Na nossa freguesia esta cultiva - se como árvore de fruto e como árvore ornamental, já que quando está carregadinha de frutos e flores é uma árvore muito bonita.
Além de ser usual o emprego da rama nos arranjos de mesa dos casamentos tradicionalmente realizados em casa ou nos salões de festas,  há ainda quem utilize o fruto para fazer licores, aguardentes, compotas e conservas. 

Curiosidade engraçada: O medronho amadurece na mesma altura em que o medronheiro esta a dar flor. Logo é possível ver flor e fruto em simultâneo no medronheiro, sendo que a flor presente é a que irá dar fruto após 10 meses (tempo de amadurecimento). Sem dúvida que é curioso estar a apanhar medronhos e poder ver as flores que irão dar fruto no ano seguinte.


Atenção: Os medronhos são também famosos pela capacidade de provocar embriaguez e dor de cabeça a quem consome muitos, uma vez que quando maduros, possuem uma certa quantidade de álcool, que fermenta posteriormente no estômago, introduzindo níveis de álcool no sangue.


Medronho no meu jardim
pormenor da flor

medronhos verdes e um maduro

medronhos  prontos a comer

16 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Nozes e Nogueiras

E porque as Feiras de Santa Iria já andam por aí a anunciar a proximidade do Dia de Todos os Santos, vulgarmente chamado (na nossa terra) de Dia do Bolinho, há que cuidar um pouco do cultivo dos frutos secos na nossa Freguesia.
Na casa da minha avó, aprendi a amassar bolinhos, cuja base era a massa do pão, à qual acrescentávamos o que havia em casa. No nosso caso, juntava-mos ovos, açúcar, raspa de limão,canela e erva-doce, aguardente, uva-passa, pinhões e nozes.
Já abordámos aqui a questão das uvas, e por isso venho aqui hoje falar das nozes e das nogueiras.
Há muitas casas particulares que têm pela freguesia uma ou duas nogueiras, mas comecei a reparar que há quem tenha também um ou outro nogueiral. Estas árvores são plantadas com o objectivo de obtenção do fruto, a noz. A grande particularidade das nogueiras é adaptarem-se a uma grande diversidade se solos.
Quanto ao fruto, a noz, é aplicada na alimentação mediterrânica, e apesar de por cá ser mais frequente o seu consumo como aperitivo ou em bolos, as nozes ligam muito bem em saladas de agrião, ou de alface com rodelas de laranja, etc. Além disto, a noz é beneficial porque contém  um aminoácido usado pelo corpo para produzir o óxido nítrico, ajudando a dissolver gorduras más do  organismo. O alimento contém ainda antioxidantes e ácido alfa-linolênico, uma substância à base de plantas com propriedades beneficiais à saúde.
  Recomenda-se o consumo diário de 28gr de nozes por dia.



Nogueiral das Galegas

Pormenor da noz na nogueira

noz limpa

noz aberta e o quebra-nozes que o meu avô ensinou a usar

Tádega


Esta planta da família Asteraceae dá pelo nome científico de Dittrichia viscosa (L.) Greuter (sin. Inula viscosa (L.) Aiton e Cupularia viscosa (L.) Gren. & Godr.).
É uma planta comum em toda a Região Mediterrânica, donde é originária, mas foi também introduzida nos Estados Unidos, onde é considerada como planta invasora.
Em Portugal é conhecida pelas designações comuns de Táveda-de-folhas-estreitas, Táveda-de-folhas-de-charuto, Tádega e Tágueda, além de outras.
É uma planta muito resistente à secura do Verão, florescendo de Junho a Outubro e nesta altura, em que a maior parte das plantas herbáceas já terminou o seu ciclo anual e ainda não se iniciou um novo, ainda ela tinge, com o amarelo das suas flores, muitos terrenos incultos e a beira dos caminhos em grande parte do território de Portugal Continental.

09 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Azeitona e Oliveiras

azeitonas

pequeno olival à entrada de Pinhel - clicar na imagem para ampliar

A azeitona já está preta!
Já se pode armar aos tordos.
Diz-me lá ó cara linda,
Como vais de Amores novos?

É mentira, é mentira,
É mentira sim senhor!
Eu nunca pedi um beijo!
Quem me deu foi meu amor!

02 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Agrião bravo

Num dos vários passeios que fazemos pela freguesia, encontrámos o agrião bravo em flor.
Todas as fontes, ribeiros ou zonas de água, costumam ter agrião por cá.
A sua utilização a nível Gastronómico é comum em sopas, saladas e mesmo em bolos (o mais conhecido é o Charrque).
O agrião é ainda um excelente anestésico local, descongestionante do baço, digestivo, excitante hepático... 
É ainda indicado para quem sofre de aftas, problemas de bexiga, dores de dentes ou gengivas e também da garganta.


Pormenor de Agriões