25 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Ruscus aculeatus

Porque hoje é Natal, trago-vos a imagem do Ruscus aculeatus, vulgarmente conhecido como Gilbardeira. Esta planta, que nos relembra automaticamente o Natal ,pela sua cor e forma, está presente nas florestas da nossa freguesia, em especial as que são compostas por sobreiros ou azinhas, e é comum ver, nas casas, jarras com esta planta, em forma de ornato,nesta época do ano. Este pequeno arbusto é ainda conhecido como Gilbarbeira, Azevinho-menor, Rusco, Pica-rato ou Erva-dos-vasculhos.
Esta planta tem um grande interesse medicinal devido às propriedades do seu rizoma, porém, as bagas da gilbardeira não devem ser consumidas, pois podem provocar vómitos, diarreias e convulsões.


Gilbardeira - Cubo

pormenor



Em nome de todos os colaboradores, o blogue Atouguia Sempre deseja, a todos os leitores, votos de um Feliz Natal, em família e com tradição. Aproveitamos para desejar um Novo Ano de esperança.
 

18 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Carvalho

Os passeios desta semana fizeram com que a nossa atenção se debruçasse sobre as várias travessas e ruas na nossa Freguesia que têm como nome Carvalhal. 
O Carvalho é o nome comum para designar algumas das várias espécies de árvores do género Quercus. Estas árvores de grande porte dão o fruto que conhecemos pelo nome bolota.
Também chamada de glande, a bolota é um fruto seco. Contém uma semente no seu interior. Esta é formada por pericarpo – tegumento castanho envolvendo o embrião – formado por cotilédones, radícula e caulículo finalizado por uma gémula.
Cotilédones, carregados de amido, são nutritivas e usadas pela planta como reservas, para desenvolver a radícula e a gémula, especialmente se a glande estiver em solo húmido e num ambiente iluminado. A radícula sai da extremidade da glande, enterrando-se no solo. O caulículo dirige-se para cima e a gémula origina um novo caule. Como os cotilédones ficam no chão, esta germinação é hipógea. A planta pode ainda continuar agarrada à glande durante dois anos, esgotando as reservas. A raiz ramifica-se, formando um gavião (raiz principal) que originará as raízes secundárias, assegurando uma boa fixação e absorção de nutrientes. Esta é ampliada pela simbiose entre o carvalho e filamentos (hifas) de fungos – formando micorrizas. O caule desenvolve-se no ar, alonga-se, ramifica-se (devido ao abrolhamento dos gomos terminais e axilares) e engrossa, formando um vigoroso tronco (de vinte a vinte e cinco metros de altura) com uma poderosa copa no topo. O diâmetro do tronco (que pode atingir até sete metros) é consequência da junção de dois meristemas laterais: câmbio (entre a parte lenhosa e a parte liberina, que contribui para o crescimento interno, formando lenho; para o lado externo forma líber secundário) e câmbio suberoso (casca ou zona cortical). Daí o aparecimento de círculos concênctricos.
A armadura lenhosa e sólida constitui a madeira secundária que suporta a árvore. Nalguns climas o desenvolvimento interrompe-se no Inverno; explode na Primavera e diminui no Verão e Outono. O câmbio suberoso é responsável pelas formações secundárias, como a cortiça. As camadas periféricas (líber e cortiça, por exemplo) são a casca, que se divide, distende e fendilham devido às pressões interiores, à medida que envelhece.
O seu crescimento é lento, prolongando-se por algumas centenas de anos.
É uma árvore de folha caduca e passa por repouso durante o Inverno. Com o regresso da Primavera vêm novas folhas e desenvolvimento (contudo, outras espécies da família do carvalho têm as folhas persistentes, como os sobreiros). Aos quarenta anos inicia a sua floração, repetindo todos os anos. Tem muitas flores masculinas e femininas, todas diminutas e esverdeadas. Cada flor feminina pode originar uma glande.
Contudo, ao fim de longos anos, deixa de crescer e prossegue com pequenas florações e frutificações de sementes. Aproxima-se o seu fim. As raízes deixam de absorver o necessário ao seu crescimento e manutenção; a copa não expõe grande parte das folhas ao sol e o tronco não pode suportar cargas cada vez maiores. Pior alimentada, é alvo de fungos e outras infestações que a debilitam, perfurando-lhe o tronco, transformando-o em celulose sem resistência. Acaba por tombar, vencido pelos anos.




11 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Romãs e Romãzeira

Durante a procura de temas para as "Terras de Oureana",  encontrámos uma romãzeira digna de ser partilhada. Desta vez, num extremo do Zambujal, encontrámos o Zé Broa que nos abriu as portas e fez questão dar a conhecer a sua belíssima árvore de fruto e de provar esta fruta digna dos deuses, abençoada por estas terras de Oureana.
Originária da Ásia, esta árvore tem tradição milenar. São inúmeras as lendas associadas ao fruto, que aparece também na bíblia ligado sempre à sua simbologia relacionada com a fecundidade.
Além de planta frutífera, a romãzeira é muitas vezes plantada apenas como árvore ornamental, e é por isso que esta planta tem vindo a fazer parte dos quintais ou jardins por toda a Freguesia.

Esta planta e fruto oferecem-nos inúmeros benefícios.
A romã é rica em vitamina A, que ajuda a manter a pele bonita e saudável e ajuda a visão. Também é rica em vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6), que auxiliam a circulação, aumentam a resistência às infecções, facilitam a eliminação de líquidos, previnem o stress. Contém também pequenas fracções de ferro e cálcio.
 É ideal para acalmar cólicas e diarreia, inflamações da boca e amigdalites (a partir de uma infusão com a casca seca da romã), abcessos, ténias ou mesmo na prevenção das varizes.






04 dezembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Laranjas

Em pleno Outono, o cheiro a Inverno aproxima-se. Com o tempo frio, além da bela lareira, apreciam-se as frutas de época.
O passeio de hoje mostrou-nos um colorido diferente nas paisagens da nossa freguesia. Pela Atouguia podemos ver laranjeiras, em quase todos os quintais, carregadas de fruto, acrescentando, ao verde característico das terras nesta altura, a cor de laranja, que curiosamente deriva directamente da cor deste fruto.
A laranja doce foi trazida da China para a Europa no século XVI pelos portugueses. É por isso que as laranjas doces são denominadas "portuguesas" em vários países, especialmente nas Bálcãs (por exemplo, laranja em grego é portokali e portakal em turco), em romeno é portocala e portogallo com diferentes grafias nos vários dialectos italianos.
Na nossa freguesia é comum ver a chamada laranja-da-bahia. Esta variante do fruto que conhecemos, surge de uma mutação feita pelos portugueses no Brasil. A principal característica destas laranjas é terem menos grainhas e terem um floreado de gomos internos mais pequenos, visiveis na composição exterior da casca, que apresenta na parte posterior um pequeno floreado.
A laranja além de rica em vitamina C, contám por cada 100gr os seguintes valores nutricionais:
  • Calorias - 65kcal
  • Proteínas - 0,6g
  • Gorduras - 1g
  • Vitamina A - 195 U.l.
  • Vitamina B1- 135 µg
  • Vitamina B2 - 150 µg
  • Vitamina B3 - 0,25 mg
  • Vitamina C - 48 mg
  • Cálcio - 45 mg
  • Potássio - 36 mg
  • Fósforo - 21 mg
  • Sódio - 13 mg
  • Enxofre - 11 mg
  • Magnésio - 8 mg
  • Cloro - 2 mg
  • Silício - 0,45 mg
  • Ferro - 0,2 mg
Laranjeira - Atouguia

pormenor

pequeno laranjal na Atouguia

20 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Alecrim aos molhos

Corre um cheiro a alecrim pelo ar. Na zona da Alvega, Galegas, Cerimónia e Escandarão, encontramos estes pequenos arbustos que além de adornar o espaço natural com as suas folhas perfumadas, nos contemplam nesta altura com as suas lindas flores em tom de azul/lilás.
Esta planta pode ter de 50 a 200cm de altura. As suas folhas são finas e esguias, lembrando a caruma, sendo de um lado verdes e do outro de cor cinzenta.
Os benefícios, que esta planta nos dá, são imensos. Lembro que comecei a dar especial importância ,a esta planta, quando estava na faculdade e precisei de um estimulante para a memória. Aconselharam-me tomar chá de alecrim a noite. Pesquisei um pouco mais e descobri que o alecrim é no fundo o ginseng português, uma vez que tem o mesmo efeito, sendo muitíssimo mais económico. 
O Alecrim tem aplicações muito vastas: utiliza-se para as doenças nos rins, pedra na bílis ,vómitos, vertigens e tonturas, indigestões, anemia, reumatismo, diarreia, sistema imunitário, epilepsia, vesícula, cansaço, memória, entre outros. É anti-séptico. Pode utilizar-se em lavagens, para problemas de pele (juntamente com outras plantas) e usa-se também como tónico capilar e, junto com a salva, para combater a caspa; Tal como o ginseng, é estimulante, favorece a actividade mental (memória), ritmo cardíaco, para problemas de hipotensão (pressão arterial baixa) mas também utiliza-se para os nervos, stress e ansiedade. Nos melhores tratamentos para os nervos e stress utilizam-se estimulantes de manhã e calmantes ao fim da tarde. 
Como chá, o alecrim tem um sabor um pouco amargo e é quente, ou seja, tem uma acção fortificante e aquecedora sobre todo o organismo, particularmente o aparelho digestivo, revigorando e aumentando a disposição e a energia, agindo como um anti-depressivo nos casos de esgotamento físico e mental. Combate a diabetes e tem propriedades anti-reumáticas. Alguns dizem que tomado quente acalma a tosse.Também activa as funções do pâncreas e estimula a circulação. 
Externamente, serve para desinfetar feridas e ajudar na cicatrização. 

Para asma: fumo de alecrim ( reduzir a pedaços pequenos as folhas secas. Fazer cigarro e fumar quando ameaçar ataque de asma).  
Para reumatismo, eczemas e contusões: folhas cozidas no vinho usadas externamente.  
Anti-séptico bucal: infusão comum.  
Para sarna: infusão bem forte aplicada externamente.  
Cicatrizante de feridas e tumores: folhas secas reduzidas a pó ou suco.  
Como medicação, só se utilizam folhas de alecrim.  
Galhos floridos secando num vaso na casa estimula a memória. 
Uso caseiro: Insecticida natural, plantado na horta protege as outras plantas.  
Ramos de alecrim frescos, colocados entre as roupas defendem-nas de ataque de traças. 
Desinfectante de alecrim: ferver folhas e pequenos caules de alecrim durante meia hora. 
Quanto menos água mais concentrado será. Espremer e usar para limpar louças e casas de banho. Para desengordurar melhor, misturar um pouco de detergente. Guardar no frigorífico dura uma semana. 
Aromaterapia: o óleo essencial de alecrim é utilizado para dores musculares, reumatismo,artrite. 

O uso popular consagra o alecrim como remédio infalível para curar anemias, assim: 
colher um ramo de alecrim, juntar um copo de água (cerca de 200 ml) e deixar ferver durante 5 a 10 minutos, em lume brando. Deixe repousar durante 10 minutos, coar e beber meia chávena todas as manhãs, em jejum, mantendo no frigorífico. 
Repetir este tratamento 5 vezes (cerca de 1 litro de chá) consegue-se curar qualquer anemia.


Tratamento testado para Tonturas e Sequelas de Derrames
Preparar um chá com:
  • Três cravinhos ou cravos-da-índia, sem cabeça.
  • Uma colher de chá de alecrim
  • Uma colher de chá de erva-doce
Tomar à noite antes de dormir.


O Alecrim pode ainda ser usado como tónico capilar e para a caspa. Para isso, faça um chá bem forte com alecrim e salva e juntar ao champô, na proporção de um quarto de chá para um frasco de champô. Pode também preparar uma tintura de alecrim e juntar 10 ou 15 ml ao champô.
O alecrim parece ter a particularidade de adaptar o nosso sistema imunológico, adequando as respostas às necessidades do organismo, pelo que tem excelentes resultados nas doenças auto-imunes. 
Porém, o chá de alecrim é um gosto desagradável, se for o seu caso e não gostar do sabor, juntar um pouco de erva-doce. O chá com estas duas plantas é óptimo também para combater o mau hálito, no entanto, não é aconselhável a pessoas hipertensas.


Alecrim

13 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Hortelã da Horta

Hoje foi o Magusto no S. Gens, e após uma tarde de inverno a comer castanhas, sabe bem chegar a casa e comer um caldinho com o belo cheiro e sabor a hortelã. 
A hortelã é uma planta aromática originária da Ásia, cultivada por todo mundo. Como tal existem diversas variantes da planta. A que conheço desde pequena tem o aspecto idêntico ao da fotografia. Por vezes confundia a hortelã com a cidreira, mas bastava tocar na planta para o cheiro me dar a certeza de qual das duas plantas estava a agarrar.
De entre as inúmeras virtudes citadas, podem destacar-se a propriedade de mentol, anti-bacteriana, característica desta planta, cujas acção no combate a constipações é possível apenas com o inalar dos vapores obtidos com uma infusão de hortelã. A  hortelã pode ainda aliviar dores musculares, por excesso de exercício físico. É ainda um excelente estimulante, auxiliando na digestão. O chá feito de hortelã é um óptimo calmante, aliviando nervos, vómitos por ansiedade, etc.
Esta planta é ainda belíssima para aromatizar saladas, sejam de legumes, frutas ou mistas, sopas, ervilhas, um chá gelado ou quente.....Com reputação de refrescar o hálito e facilitar a digestão, a hortelã pode considerar-se uma excelente companhia quer de Inverno, quer de Verão. 

hortelã

10 novembro 2011

Magusto - Campo de S. Gens, Pinhel


No próximo Domingo, dia 13 de Novembro, o S. Gens organiza mais um convívio. Desta vez o tema é o magusto, e castanhas assadas não irão faltar. A partir das 16 horas.... já sabem!

06 novembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Acelgas

Hoje, durante um passeio pedestre, cruzámo-nos com as acelgas. É uma planta muito comum na nossa freguesia, até mesmo concelho, utilizada na gastronomia local, em especial na zona da serra.
Podemos ver pelas imagens que a planta se assemelha quase à forma de uma couve, mas o seu porte é mais pequeno.
Esta planta/hortaliça, cresce espontaneamente por toda a zona mediterrânica, sendo conhecidas inúmeras variedades da acelga. É uma planta herbácea bienal cultivada como anual, com folhas grandes, verde-claras e com nervuras avermelhadas. As hastes (chamadas de almofadas) são de cor branca, amarela ou vermelha, dependendo da variedade.
A acelga é ainda um dos alimentos mais completos para a nutrição humana. Embora a planta esteja disponível ao longo de todo o ano, a sua temporada vai de Junho a Agosto, e é nesta altura que existe em maior abundância e possui os melhores valores nutricionais.
Pode comer-se toda a planta, incluindo folhas e caules, se colhidas quando elas são pequenas (a menos de 20 centímetros), mas se se deixar crescer é melhor descartar o talo pois ele tende a tornar-se amargo. Cozinha-se como o espinafre. As plantas mais jovens podem ser comidas crus em saladas.
É um vegetal muito apreciado, uma vez que fornece vitaminas, fibras, ácido fólico e minerais com alto teor de água (48%). As folhas exteriores, que muitas vezes são as mais verdes, são aqueles que contêm mais vitaminas.
Usam-se como o espinafre em sopas, cruas em saladas ou em pizzas, e o meu prato preferido é a acelga cozinhada como migas. 


Benefícios: 
  • Promove a saúde dos Ossos
  • Fonte de vitamina A
  • Promove a saúde pulmonar
  • Fonte de vitamina C
  • Promove a saúde cardiovascular devido ao Potássio
  • Ferro para a energia
  • Atrasa a perda de função cerebral


Acelga - Zambujal

Acelga - S. Sebastião
pormenor da folha

01 novembro 2011

Dia do Bolinho (Dia de Todos os Santos)


É milenária a origem das comemorações do dia 1 de Novembro, designado pela Igreja Católica como o “Dia de Todos os Santos”.

Ainda hoje em muitas localidades com maior incidência nas aldeias de Portugal, é um hábito do povo, comemorar duma forma curiosa e genuína este dia feriado.

Na tradição popular o Dia de Todos os Santos é conhecido pelo “Dia do Bolinho” ou “Pão de Deus” conforme os usos e costumes de região para região.

Logo pela manhã, as crianças em pequenos grupos com as suas saquinhas de pano, andam de porta em porta por ruas e vielas, repetindo com entusiasmo e alegria o tradicional pregão “ Ó tia! dá bolinho?”. É interessante saber-se que, principalmente nos meios rurais, há pessoas que levam muito a rigor esta tradição e dedicam-se à confecção de bolinhos aos quais adicionam à sua massa, a noz, as passas de uva e o pinhão (frutos secos da época) para que neste dia, possam presentear os seus familiares, amigos e todas as crianças que alegremente vão batendo a todas as portas.

Todavia, o Dia de Todos os Santos, encerra em si um outro significado. Para os católicos no dia 1 de Novembro é hábito a ida ao cemitério e aí depositarem flores nas campas dos seus familiares e amigos, já que no dia 2 de Novembro é o Dia de Finados e desta forma desejam prestar-lhes a sua homenagem com saudade.

Há cerca de dois mil anos na região actual da Irlanda, Reino Unido e França, os celtas comemoravam o ano novo no dia 1 de Novembro.

Estes hábitos têm uma reminiscência que se reporta às origens do Halloween, (véspera do “Dia de Todos os Santos”), uma das festas mais populares da América. Para os celtas era o fim do Verão e o início do Outono, a altura das colheitas, avizinhando-se o Inverno que trazia a escuridão com dias frios e de tempestades e consequentemente muitas mortes. Por esta razão, os sacerdotes Druidas instituíram o dia 31 de Outubro como o “Samhain” ou o “Dia das Almas”, que celebrava a abertura da passagem entre a vida e a morte e onde reinava o espírito duma prática fantasmagórica imbuída pela crença céltica.

A influência do Cristianismo espalhou-se pelas terras celtas e no inicio do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de Novembro como “Dia de Todos os Santos” e consequentemente a noite de 31 de Outubro passou a ser chamada de “Noite de Todos os Santos” e assim se alterou um panorama que a Igreja Católica considerava de cariz profano.

É neste dia 1 de Novembro que a Igreja Católica celebra e dedica este dia a todos os Santos e Mártires que existiram em todo o Mundo, atribuindo-lhe um cariz simbólico e altamente religioso!

30 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Castanhas e Castanheiro

Continuamos com as àrvores e frutos de Outono.
O frio já chegou e finalmente sente-se o cheiro das lareiras acessas, e em Ourém já se vê a senhora das castanhas assadas que timidamente apregoa: "boas e quentes".
pensa-se que o castanheiro surge na Península Ibérica por mão dos romanos.
O fruto desta árvore, a castanha, acompanha o Homem desde a pré-história, por ser um alimento muito rico, que hoje é substituível pela batata.
A castanha que comemos é, de facto, uma semente que surge no interior de um ouriço (o fruto do castanheiro). Mas, embora seja uma semente como as nozes, tem muito menos gordura e muito mais amido (um hidrato de carbono), o que lhe dá outras possibilidades de uso na alimentação. As castanhas têm mesmo cerca do dobro da percentagem de amido das batatas. São também ricas em vitaminas C e B6 e uma boa fonte potássio.
As castanhas são comidas assadas ou cozidas com erva-doce. Mas, antes de cozinhadas, deve-se retalhar a casca. Como se pode ver no quadro, têm bastante água e, quando são aquecidas, essa água passa a vapor. A pressão do vapor vai aumentando e "empurrando" a casca e, se esta não tiver levado um golpe, a castanha pode explodir.
A castanha tem ainda aplicações na medicina; as folhas, a casca, as flores e o fruto têm sido utilizados devido às suas propriedades curativas e profiláticas, adstringentes, sedativas, tónicas, vitamínicas, remineralizantes e estomáquicas.
Pelo seu valor nutritivo e energético, era utiliza outrora em vários estados de mal-estar e doença. É também tónica, estimulante cerebral e sexual, anti-anémica (castanha crua), anticéptica e revitalizante. Para afinar as cordas vocais e debelar a faringite e a tosse nada melhor do que gargarejos com infusão de folhas de castanheiro ou de ouriços.
 

Castanheiro do Tio Ramiro em Pinhel

pormenor de folhas e ouriços

ouriço aberto com as castanhas

23 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Medronheiro e medronhos



Estamos na melhor época para preencher o nosso blogue com as frutas de Outono. O ano de 2011 parece ter apanhado gosto pelo Verão e não o queria largar por nada! Mas hoje, creio que temos um verdadeiro dia de Outono e, para contrariar, venho dar um pouco de cor a este herbário com os medronhos.
O medronheiro é um arbusto ou pequena árvore de folha persistente. Esta árvore pode atingir os 8 a 10 m de altura, embora digam que, normalmente, não passa dos 5 metros. O medronheiro possui copa arredondada, dotada de um tronco coberto por uma casca castanha ou vermelha, fissurada que se desprende nas árvores já mais antigas.
As suas folhas são muito parecidas com as do loureiro (um pouco mais arredondadas) e medem entre 4 a 11 cm de comprimento. As folhas apresentam uma cor cinzento - esverdeadas e facilmente se reconhecem por serem tão brilhantes e enceradas. A parte superior da folha é mais escura e a inferior mais pálida.
As flores são brancas com toques cor de rosa, são flores pequenas que surgem no Outono em cachos pendentes de até 20 flores, entre os frutos do ano anterior.
Os frutos  são uma baga  redonda e verrugosa com aproximadamente 3 cm de diâmetro.   Os seus frutos surgem nos raminhos verdes dando cor à árvore, uma vez que nascem amarelos e progressivamente vão  tornando-se vermelhos.
O Medronheiro desenvolve - se nos bosques, no mato e nas regiões rochosas, principalmente em solos ácidos, da Península Ibérica à Turquia.

Na nossa freguesia esta cultiva - se como árvore de fruto e como árvore ornamental, já que quando está carregadinha de frutos e flores é uma árvore muito bonita.
Além de ser usual o emprego da rama nos arranjos de mesa dos casamentos tradicionalmente realizados em casa ou nos salões de festas,  há ainda quem utilize o fruto para fazer licores, aguardentes, compotas e conservas. 

Curiosidade engraçada: O medronho amadurece na mesma altura em que o medronheiro esta a dar flor. Logo é possível ver flor e fruto em simultâneo no medronheiro, sendo que a flor presente é a que irá dar fruto após 10 meses (tempo de amadurecimento). Sem dúvida que é curioso estar a apanhar medronhos e poder ver as flores que irão dar fruto no ano seguinte.


Atenção: Os medronhos são também famosos pela capacidade de provocar embriaguez e dor de cabeça a quem consome muitos, uma vez que quando maduros, possuem uma certa quantidade de álcool, que fermenta posteriormente no estômago, introduzindo níveis de álcool no sangue.


Medronho no meu jardim
pormenor da flor

medronhos verdes e um maduro

medronhos  prontos a comer

16 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Nozes e Nogueiras

E porque as Feiras de Santa Iria já andam por aí a anunciar a proximidade do Dia de Todos os Santos, vulgarmente chamado (na nossa terra) de Dia do Bolinho, há que cuidar um pouco do cultivo dos frutos secos na nossa Freguesia.
Na casa da minha avó, aprendi a amassar bolinhos, cuja base era a massa do pão, à qual acrescentávamos o que havia em casa. No nosso caso, juntava-mos ovos, açúcar, raspa de limão,canela e erva-doce, aguardente, uva-passa, pinhões e nozes.
Já abordámos aqui a questão das uvas, e por isso venho aqui hoje falar das nozes e das nogueiras.
Há muitas casas particulares que têm pela freguesia uma ou duas nogueiras, mas comecei a reparar que há quem tenha também um ou outro nogueiral. Estas árvores são plantadas com o objectivo de obtenção do fruto, a noz. A grande particularidade das nogueiras é adaptarem-se a uma grande diversidade se solos.
Quanto ao fruto, a noz, é aplicada na alimentação mediterrânica, e apesar de por cá ser mais frequente o seu consumo como aperitivo ou em bolos, as nozes ligam muito bem em saladas de agrião, ou de alface com rodelas de laranja, etc. Além disto, a noz é beneficial porque contém  um aminoácido usado pelo corpo para produzir o óxido nítrico, ajudando a dissolver gorduras más do  organismo. O alimento contém ainda antioxidantes e ácido alfa-linolênico, uma substância à base de plantas com propriedades beneficiais à saúde.
  Recomenda-se o consumo diário de 28gr de nozes por dia.



Nogueiral das Galegas

Pormenor da noz na nogueira

noz limpa

noz aberta e o quebra-nozes que o meu avô ensinou a usar

Tádega


Esta planta da família Asteraceae dá pelo nome científico de Dittrichia viscosa (L.) Greuter (sin. Inula viscosa (L.) Aiton e Cupularia viscosa (L.) Gren. & Godr.).
É uma planta comum em toda a Região Mediterrânica, donde é originária, mas foi também introduzida nos Estados Unidos, onde é considerada como planta invasora.
Em Portugal é conhecida pelas designações comuns de Táveda-de-folhas-estreitas, Táveda-de-folhas-de-charuto, Tádega e Tágueda, além de outras.
É uma planta muito resistente à secura do Verão, florescendo de Junho a Outubro e nesta altura, em que a maior parte das plantas herbáceas já terminou o seu ciclo anual e ainda não se iniciou um novo, ainda ela tinge, com o amarelo das suas flores, muitos terrenos incultos e a beira dos caminhos em grande parte do território de Portugal Continental.

09 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Azeitona e Oliveiras

azeitonas

pequeno olival à entrada de Pinhel - clicar na imagem para ampliar

A azeitona já está preta!
Já se pode armar aos tordos.
Diz-me lá ó cara linda,
Como vais de Amores novos?

É mentira, é mentira,
É mentira sim senhor!
Eu nunca pedi um beijo!
Quem me deu foi meu amor!

02 outubro 2011

Herbário da Nossa Terra - Agrião bravo

Num dos vários passeios que fazemos pela freguesia, encontrámos o agrião bravo em flor.
Todas as fontes, ribeiros ou zonas de água, costumam ter agrião por cá.
A sua utilização a nível Gastronómico é comum em sopas, saladas e mesmo em bolos (o mais conhecido é o Charrque).
O agrião é ainda um excelente anestésico local, descongestionante do baço, digestivo, excitante hepático... 
É ainda indicado para quem sofre de aftas, problemas de bexiga, dores de dentes ou gengivas e também da garganta.


Pormenor de Agriões

25 setembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Marmelos

Os marmeleiros são pequenas árvores cujo fruto é vulgarmente conhecido como marmelo.
Os gregos consagravam estas “maçãs de ouro” à deusa Afrodite e na Croácia são símbolos de fertilidade e vida.
Em Portugal é colhido no Outono, geralmente transformado em marmelada, visto que a maioria das variedades é amarga e dura demais para consumo cru. Também se consome assado, grelhado, estufado, como complemento a recheio de tarte de maçã e em pudim.
A nossa freguesia é adornada destes arbustos, e por isso creio que seja de tradição antiga o uso deste fruto na nossa gastronomia. Hoje por exemplo foi dia de fazer marmelada aqui em casa, e confesso que não é habitual utilizar o fruto para mais fins, mas a vizinha coze os marmelos como se fossem maçãs e depois polvilha com açúcar e canela.
Na medicina, por serem bastante ricos em pectina, tanino e substâncias gelatinosas, os marmelos costumavam ser ministrados na Idade Média a quem sofria de diarreia e a geleia vegetal resultante da semente do fruto demolhada é um bom xarope (ainda usado no Médio Oriente) para inflamações da faringe, bronquites, tosse e dores de garganta. Para catarros da faringe e brônquios, recomenda-se cozer 5 g de sementes de marmelo trituradas com 5 ml de água, misturado com xarope de malvaísco e tomado às colheres. Outras propriedades do marmelo são a adstringência, anti-oxidação, a riqueza em vitamina A, cálcio, ferro e fibra, decorrendo pesquisas quanto às suas propriedades anti-virais e no combate à úlcera gástrica.
Mas nem tudo é bom neste fruto ou na sua árvore, uma vez que é dela que se extrai a famosa vara de marmelo.... mas como não sou desse tempo, em vez de partilhar, ficarei à espera das vossas historias genuínas que melhor poderão explicar o que são as varas de marmelo!

Marmelos
os marmelos desde sempre que foram a fruta predilecta para a pintura de naturezas-mortas, devido à sua forma remetida a alguma sensualidade e devido ao seu aroma. Ainda hoje há quem não dispense ter os marmelos a decorar fruteiras, servindo os frutos como ambientadores naturais.

18 setembro 2011

CRC S.Gens

O Centro Recreativo e Cultural S. Gens volta a ganhar vida.
São diversos os convívios que o S. Gens tem vindo a promover. Hoje a Secção de Caça organizou mais uma petiscada para toda a população, animada por um grupo de concertinas da região.




11 setembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Fernão Pires

Parreiras em Pinhel
Uvas da Vindima no Zambujal

Tanta parra, tanta uva!
Tanta silva e tanta amora!
Tanta menina bonita!
E meu pai sem uma nora!


Como sabem, o mês de Setembro aparece sempre com cheiros de vindima. é muito habitual ver aqui as vinhas vizinhas serem invadidas um pouco mais cedo para fazer a água-pé, e depois, todos os Sábados de Setembro são preenchidos por grandes vindimadas, que além do lavor de tradição, são sempre acompanhadas de muita festa. É por isso que hoje partilho uma das castas mais conhecidas na nossa freguesia.
A Casta Fernão Pires, conhecida pelos antigos da nossa terra como "Farrampil", é uma casta de uva branca, cultivada em diversas regiões do país. Casta nobre e antiga, uma das mais plantadas em Portugal, principalmente nas regiões do centro e sul.
As vinhas tradicionais de Ourém  eram formadas por esta casta e pela tintureira, que juntas deram origem ao que conhecemos hoje como vinho palhete.
Lembro desde pequena ter o fascínio por estas uvas, que apresentam uma cor amarelada, cujos bagos são pontuados por uma pequena pinta preta. Eram as uvas mais doces e as que mais gostava que o meu avô trouxesse para casa.

06 setembro 2011

Uma fotografia "especial"

Por ser com quem e onde


Não era para este "blog"... mas já que aqui caiu, que aqui fique. Tirada na Festa do avante!, no "café concerto", no espaço-Lisboa, com o meu filho João e com o Martinho, o cirurgião que me tirou "o bicho" cá de dentro e responsabilizo (e estou muito grato e amigo) por mais uns anos de vida...

04 setembro 2011

Herbário da Nossa Terra - Crataegus laevigata

Como hoje é dia de festa:

Pilriteiro e Pilritos no Cubo
Pilriteiro, dás pilritos
Porque não dás coisa boa?
Cada qual dá o que tem
Conforme a sua pessoa.

Pilriteiro, os teus pilritos
São por certo coisa boa.
Porque me dás o que tens
És melhor que uma pessoa.

02 setembro 2011

Atouguia - Festas em honra de S. Bartolomeu e Stº António


4 de Setembro

10.00H - Recolha de Andores com Banda Filarmónica
11.00H - Missa Solene seguida de Procissão
12.30H - Abertura do restaurante
14.30H - Concerto com Banda Filarmónica de Outeiro Grande
16.30H - Actuação do Rancho Folclórico de Barreira
18.30H - Actuação das Concertinas de Barrenta
21.30H - Actuação do Grupo Musical "Made in Portugal"


5 de Setembro

12.00H - Abertura do restaurante
18.00H - Missa Solene seguida de Procissão
19.00H - Abertura do restaurante
21.30H - Actuação do Trio Musical "P.A.3"

28 agosto 2011

Herbário da Nossa Terra - figos pingo de mel

Hoje a planta que vos apresento vem com água no bico.
É das primeiras plantas a ser referida na Bíblia, pois foi com suas folhas que Adão se "vestiu", após ter tomado consciência de que estava nu.
O figo comestível era cultivado em todas as civilizações do Mediterrâneo na antiguidade, incluindo os povos egípcios, judeus, gregos e romanos. O figo comestível tinha a vantagem de poder ser secado e se manter adequado à alimentação durante meses. Ai que a Feira de Santa Iria está quase aí!
Os frutos da figueira, mais deliciosos e talvez mais comuns na nossa região, são os chamados figos pingo de mel. Esta denominação vem porque quando o fruto está maduro, apresenta uma gotinha viscosa como o mel na extremidade do figo. Estes apresentam casca de cor verde e o seu interior vai da cor rosada à cor creme.
Eu cá, já me deliciei a fazer estas fotografias, e espero que apreciem e partilhem connosco histórias de figos e figueiras.




Figueira em Pinhel e pormenor dos seus frutos