28 setembro 2009

Pausa!

Fiz uma ligeira pausa. Ao olhar para esta fotografia no Atouguia sempre, ao ir recortá-la para se adequar à lembrança. Funda. Nostálgica. Ao trazê-la para aqui.
Vi(vi) agora, dentro de mim, tanta manhã que há muitos muitos anos vivi.
Tanta manhã de domingo que se prolongava pela tarde fora, às vezes até quase à noite... e à forte e inevitável reprimenda no regresso a casa. Cansado, sujo, mas contente com o dia passado a jogar à bola.

Era assim:
eu, rapazinho a férias, descia até ao campo de S. Sebastião, já acompanhado por companheiros mais vizinhos, alguns quase todos vindos da missa. De braçado, a bola trazida comigo de Lisboa. Chegávamos lá ao meio do terreno e dava-se um chuto para o ar, para o alto, o mais alto possível. Como que para chegasse à Atouguia, como som de tambor ou sinais de fumo de comunicação primitiva.
A resposta era quase imediata, a modos de dada por quem estava só à espera da comunicação. Por aquela encosta abaixo, em correria, vinha a miudagem da Atouguia juntar-se a nós.
E assim passávamos o dia. Em grande confraternização.
Muda aos cinco acaba aos dez. Sempre com lugar para mais um. Saindo os que tinham de ir, substituidos pelos que iam chegando.

Oh! meus amigos de bibe e calção de que contava o Manuel da Fonseca, oh!, meus amigos do Zambujal, de S. Sebastião, da Atouguia, alguns de pé descalço ou bota cardada, oh!, meus amigos, como o tempo era outro. Nosso. Que passava e correr, doidamente, atrás de uma bola. Nos domingos de antigamente.
Dávamo-nos nomes de jogadores famosos de então. E alguns desses nomes ficavam para sempre, mais nossos que os nomes do batismo. Como o do Jaburu, como era conhecido um jogador do Porto, avançado-centro de muito antes da televisão.

Quantos ainda vivos estamos?

O NOSSO BLOG e OS NÚMEROS

Passaram 3 meses desde que o nosso blog foi criado (26/06/2009) e acho que é altura de em jeito de balanço, dar conta do que têm sido os números que lhe dizem respeito, relativamente a visitas e comentários.
Assim, os seus 47 artigos, criados até ontem, dia 27 de Setembro, foram comentados de forma escrita e que ficou registada, por 194 vezes, dependendo do tema de cada artigo, apenas 2 não tiveram comentários, e um deles teve 18, sendo todos os outros de número muito variável.
O blog no seu todo teve 604 visitas, mas os seus artigos de forma individual foram lidos por 1.757 pessoas.
Os visitantes ou leitores foram de 11 países diferentes, com predominância para o nosso, como é lógico, e, como em Portugal o registo de visitas é feito em função do ponto de distribuição de internet, aparecem 21 locais, sendo os predominantes Lisboa e Tomar (pela razão que indiquei antes).
Faço votos que o nível de visitas e o interesse dos temas e artigos aqui apresentados se mantenha, para que este possa ser um blog de referência da nossa terra, dado que mesmo que criticando podemos sempre construir.

23 setembro 2009

Campo de S. Sebastião

Gostaram daquela?, daquele canto com a bola a pingar na área... cheia de público? Pois tomem lá esta e vejam se reconhecem o habilidoso. É só "estilo". Tantas histórias para contar...
Ainda me lembro dos primeiros Águias, era eu um miudo, com o Xico Marques, o Zé Fonseca, o Manel Alho Silva (que era o "dono do campo" e por isso jogava... mas só à baliza) dos Moreiras (grande jogador era o Zéquita!), do Josué Flores (o "Bicho", ponta esquerda dos antigos), do Fernando Verdasca (qu'é lá isso, do dr. Fernando Verdasca...), do Jacinto do Regato (qu'é lá isso, do senhor almirante...), perdoem-me os não referidos. Na segunda leva lá viemos o Amilcar, o Barreira, o Félix (da Fátima), o Zé da Barroca ("vai tudo pr'ádubo!"), os Vieiras (filhos do sr. Vieira conhecido por "feitor da Parreira"), o Manel Dias (treinador encartado, que encontrei noutras andanças lá para Abrantes). Quantas recordações, e quantas saudades...

22 setembro 2009

Rua da Murteira

Esta foto diz-vos alguma coisa? A mim diz-me muito!

Campo de S. Sebastião

Que saudades!

13 setembro 2009

ESTRADA DA CERIMÓNIA

Fui hoje convidado para ir a uma festa que aconteceu no norte do concelho, e apesar da saúde não me dar grande vontade, acabei por ir e gostar do que vi (na festa).
Mas isso agora não interessa.
O que interessa neste momento é o desgosto com que fiquei ao entrar na estrada que permitia o atalho até ao Pinheiro da Lourinha, via Alqueidão.
Com toda a febre de alcatrão que agora se abateu sobre a nossa zona, também calhou a sorte à chamada de Estrada da Cerimónia, ao fim de muitos anos de promessas e de nada feito.
Fiquei contente por ver que ficou com um tapete sem grandes trepidações, mas comentei com o condutor do carro que me trasportada, por onde iria correr a água das chuvas, quando essas começassem a cair, porque praticamente não tem valetas, dado o aproveitamente que fizeram de todo o espaço existente, para pintar de preto.
Mas agora espantem-se: não é que essa situação só se verifica em território da Atouguia?
Inexplicávelmente, seguindo a mesma estrada, entra-se em território da freguesia vizinha e, o pavimento ganha, garantidamente mais um metro de largura, com direito a bermas amplas e trassejamento de demarcação de vias, coisa que não acontece enquanto se circula na nossa freguesia.
O que se terá passado?
Será que não foi permitido a alargamento pelos proprietários dos terrenos da nossa freguesia? Se foi isso, será que foi feita alguma deligência nesse sentido? Custa-me acreditar que as pessoas ponham os interesses pessoais acima dos públicos.
Será que o alcatrão não chegava e usaram esta estratégia para que chegasse?
Terá sito distração?
Estou a usar da ironia, mas convido todos os fregueses da Atouguia a passarem por aquela via, que também é nossa, e a constactarem mais uma das já célebres atitudes usadas para tapar os olhos ao povo, e a fazerem o juizo que acharem conveniente, e mesmo os comentários que aquele acto vos merecer.

11 setembro 2009

Fui visitar o cemitério do Zambujal

Tal como dito em comentário no anterior "post", costumamos - não com a regularidade desejada - fazer caminhadas. A de hoje foi até ao cemitério do Zambujal. Para ver como está.
Passámos por caminhos conhecidos da "luta dos fornos do carvão" (que bela luta!... como hoje se respira melhor e como aquele poço a meio do percurso parece outro...), agora com alcatrão fresco e posto à pressa, e subimos até onde está o novo cemitério, com a placa da inauguração. O sítio é belo, os Castelos e a igreja da Atouguia nos horizontes, o espaço do cemitério limpinho como novo... e vazio. À volta, lixo, o que parece ter sido varrido para debaixo do tapete.
Recolhi-me ali um pouco. Vivendo intensamente memórias.
Logo que acalme esta lufa-lufa de inaugurações e eleições, quero saber, junto de quem for, que se pensa fazer daquele espaço. Apenas esperar que haja quem acabe os seus dias e vá ocupar uns covais, ou indagar se há quem possa e queira transferir restos mortais de entes queridos para ali, para aquele sítio por onde não tiveram forças para esperar, mas que seria o seu? Por mim, com os meus pais no cemitério da Atouguia, serei dos primeiros a fazer algo para que para o cemitério do Zambujal se transladem as suas ossadas.

10 setembro 2009

NÃO IMPLICA ALCATRÃO MAS LIMPEZA

"JÁ ESTÁ PENSADO E COMUNICADO A QUEM DE DIREITO" é o que se ouve responder com muita frequência, pelos nossos responsáveis autárquicos, quando são interpelados a propósito de algo que está por fazer.
Mas, mesmo tendo em conta que a resposta possa ser essa e tudo fica como está por tempo indeterminado, queira Deus que eu esteja enganado, POR FAVOR e para bem dos peregrinos que possivelmente atravessarão, a pé, a nossa freguesia nos próximos meses, mas de forma especial no próximo mês de Outubro, apresento aqui algumas propostas que penso serem oportunas, mas poderão não dar votos.
Pensem bem se não fará sentido:
  1. O arranjo e alargamento, tanto quanto possível, as bermas da estrada da Alvega, desde S. Sebastião até Lomba d'Égua;
  2. O corte de ervas e arbustos nas bermas da estrada de S. Sebastião à Moita Redonda, para que as pessoas possam circular fora do alcatrão;
  3. O corte das ervas e arbustos e colocação placas de indicação dos caminhos de Fátima, para quem circula a pé, desde o cruzamento da Gondemaria até às Fontaínhas da Serra, para evitar que as pessoas vindas por aquele caminho se percam.

Mesmo que já tenham pensado nisso, aceitem as propostas aqui apresentadas e ponham-nas em prática, mesmo que isso não dê votos.

Finalmente!

Alguma vez teria de ser. O Zambujal tem cemitério. Para o que algum dia terá de ser, temos à porta, ali mesmo, o lcal, o sítio, o lugar onde. Finalmente.

A juntar ao alcatrão, o período pré-eleitoral trouxe o que, de campanha em campanha, era tema de propaganda eleitoral.

Se tivesse sido antes do verão, diriamos que se cumprira um compromisso que vinha de outros mandatos. E saudaríamos o facto, com a única reserva de ser um simples aplauso por ter sido feito o que era obrigação fazer. E obrigação adiada de mandato para mandato, com o local a começar no Malhão, e a andar por outras paragens até parar onde se acaba de saber, pelos jornais, que é ali onde nos leva a estrada asfaltada de novo (mais uma).

Agora, temos de juntar que o cumprimento do compromisso tem o ónus de ser um acto de propaganda eleitoral. É pena que assim se desvalorizem as coisas que gostaríamos de saudar.

É INCRÍVEL

Desta vez não vou fazer nenhum dos "testamento" que não apeteça ler.
Venho apenas manisfestar a minha surpresa, admiração e felicidade solidária, pela subita "aparição" de verbas que permitem, nestes dias de pré-campanha eleitoral, alcatroar estradas, ruas, caminhos e becos um pouco por todo o lado, e não falo apenas da nossa freguesia, mas também de outras vizinhas.
Está de parabéns quem teve a feliz ideia de proceder a estes melhoramentos.
Permitam-me no entanto referir o quão estranho me parece esse dinheiro só ter aparecido agora, que parece que a crise está aí, ainda não se sabe até quando, e num concelho em que os dinheiros são tão contados e foram tão escassos para estes e outros trabalhos ao longo dos últimos anos.
Que pena não haver eleições todos os anos...

09 setembro 2009

Convivendo

Após este "episódio" das listas, volto ao convívio. Porque gosto de conviver, porque não ponho em dúvida a boa-fé destes companheiros. Mas que fique clara uma regra: este blog está aberto, não é de uma força política. Porque, se o fosse, eu não teria aqui lugar. E deverá estar aberto à informação - vinda de fora - de quem a propuser e que os responsáveis do blog aceitarem. A título de exemplo, vou enviar uma informação da lista de que faço parte, que os outros responsáveis publicarão ou não, como se publicará ou não qualquer outra que nos seja enviada. De acordo?
E, por falar em convívio, uma foto no saudoso campo de S. Sebastião:


e uma transcrição, a propósito de um dos presentes na foto (tantos amigos que já se foram...), o grande José Amaro, o primeiro da esquerda dos que estão em pé, minha testemunha no famigerado Tribunal Plenário (era preciso ter coragem para aceitar ir lá depor em defesa de um "perigoso comunista") em 1964:
«(...)Para testemunhas, num máximo de 20, o meu pai esforçou-se muito e arranjou, conversando comigo, um leque de que muito me orgulho. Amigos, colegas, vizinhos, gente boa... a que dois faltaram (vá lá saber-se porquê... ou talvez).
Lembro, sempre, dois testemunhos. Dois vizinhos, já há muito falecidos. O do José Amaro, da Atouguia, que falou das minhas actividades futebolísticas e da amizade que tinha por mim e pela família, o do António Coelho, do Zambujal, que quis contar o episódio (como se isso me ajudasse ali...) de ter ficado surpreendido por não ter perdido a minha amizade quando eu "chegara a doutor"... e por eu, nas festas da aldeia, continuar a beber com eles café mexido com rama de eucalipto
(50 anos de economia e militância, edições avante!, 2008, pg. 160)
Que saudades!

07 setembro 2009

Esclarecendo

Apareço neste blog como "contribuidor". Porque me convidaram. Porque aceitei com gosto. E nunca me passou pela cabeça vir a fazer parte de um grupo que iria transformar Atouguia sempre num espaço de propaganda de uma lista para as autárquicas. E verifica-se, pelo post que está aí abaixo, que, dos restantes "contribuidores", sou o único que não faço parte da lista agora anunciada. Não que não o soubesse, ou que não o suspeitasse. Mas isso nunca me impediu de colaborar com quem quer que fosse.
No entanto, o caso muda de figura, passa a ser diferente quando Atouguia sempre se torna, praticamente, no espaço oficial de uma lista. Para mais, essa lista nem sequer se identifica com o partido que a apresenta. Aparece, assim, como se fosse uma lista de independentes. Que até o podem ser todos, mas formam uma lista apresentada pelo PS.
Sejamos claros. A lista que se apresenta neste blog é do PS. Eu, como "contribuidor" para este blog, nunca tive a intenção de usar o espaço que me era concedido para dizer que sou de uma outra lista, que ela é formada por estes ou aqueles elementos, para fazer propaganda eleitoral.
Reajo assim como reagiria se a lista que se apresenta - por um "contribuidor"! - fosse do PSD, do CDS, ou da CDU. Já sei que se vai dizer que esta reacção é porque estou contra o PS, que não quero que o PS ganhe a freguesia. O facto é que, se não tivesse outras ideias para a freguesia não faria parte de uma outra lista para a freguesia, e não seria o cabeça de lista para a Assembleia Municipal.
Respeito todas as opções. Mas exijo que respeitem a minha.
A única saída que vejo para continuar a colaborar neste blog é a de que se abra uma secção própria para propaganda eleitoral, com esse clara indicação, onde todas as listas tenham possibilidade de entrar e colocar mensagens... se o quiserem, claro. Mas, insisto, como espaço identificado como propaganda eleitoral.
Não fico nada zangado, ou sequer aborrecido, porque não ponho em causa a boa fé do convite, mas se assim não for feito, terei de sair desse quarteto de "contribuidores" para que me convidaram e o amor pelas coisas da terra, pelo Zambujal, pela Atouguia, me levou a aceitar.
Sérgio Ribeiro